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sábado, 30 de novembro de 2024

SENNA: O primor da série brasileira da Netflix!

Ontem tive a honra, o prazer e a emoção de assistir aos 6 episódios (sim, assisti numa enfiada só) da série Senna, produzida pela Netflix. Que montanha-russa! 

Chorei, sofri, torci, tudo de novo. Afinal, é a reconstituição da história de um ídolo brasileiro (e internacional) que acompanhei, não exatamente desde o iníco, pois eu era muito pequeno, mas, pelo menos desde a sua ida Lotus, até o seu falecimento.

Eu tinha uma miniatura do carro da Lotus, o famoso carro preto escrito John Player Special em dourado, em ferro, pois quase não se faziam carros de plástico naquela época, ano de 1985, quando eu tinha apenas 13 anos de idade. Lembro que aquela miniatura me acompanhou por muito tempo, tanto pelo gosto quanto pela resistência.

No dia de sua morte, eu já com 22 anos de idade, já no penúltimo ano da Faculdade de Cinema na FAAP, feriado mundial do 1o. de Maio, coincidentemente um Domingo, em que todos estavam em casa, e, claro, assistindo a corrida do Senna, que o Brasil inteiro parava para assistir. Ficou uma sensação de tempo parado. Uma coisa do tipo, volta a fita, que não é verdade. Volta pra antes da batida. Não pode ser verdade. Mas era. Ayrton partiu.

Eu, atualmente morando em Lisboa, Portugal, sentia sempre um aperto no coração cada vez que descia no Aeroporto Humberto Delgado, e via, onde ficou por muitos anos na parede que dá acesso ao portão de Desembarque, uma foto de Ayrton Senna em preto e branco, usando um relógio Tag Heuer, numa propaganda da marca, da qual ele era embaixador. Creio que a foto ficou no aeroporto até pouco tempo atrás.

Passados 30 anos, surge essa série, maravilhosa, em questões técnicas, reconstituições, atuações, em tudo. Tive a honra de conhecer Caio e Fabiano Gullane, os produtores da série, na mesma FAAP, quando eu estava no primeiro ano do curso de Cinema, e eles já no último. Cheguei a participar de algumas reuniões (os alunos novatos eram convidados) sobre o trabalho de TCC deles. E agora vejo esse primor de trabalho executado pela Gullane Entretenimento, Filmes, Produções. 

Produtora essa que já nos brindou com pérolas do nosso Cinema Nacional, como Carandiru (2003), que consta no meu livro "Cine Arco-Íris: 100 anos de Cinema LGBT nas Telas Brasileiras", Bicho de Sete Cabeças (2000), entre outros. Realmente, consegue se ver a evolução deles e da produtora por esses 30 anos, para que chegassem nesse primor que é a série Senna.

Ressalto aqui o cuidado técnico, a qualidade das imagens, dos efeitos, das reconstituições e, principalmente, o que mais me chamou a atenção, que sempre foi um calcanhar de Aquiles do nosso Cinema, a qualidade sonora. Assisti a série com fones de ouvido, e a sensação das corridas, o barulho dos motores, dos pedais, das acelerações, é insuperável! Cheguei a suar em determinadas sequências.

Sem falar no soluço de emoção na hora em que é tocada o "Tema da Vitória", música que ficou eternizada pelas vitórias de Senna, e que a produção da série guarda para um momento específico de forma genial! Não dá pra não chorar!

Gabriel Leone, que acompanho desde a minissérie "Verdades Secretas" (2015), uma das melhores séries que a Globo já fez, e segui acompanhando na novela "Velho Chico" (2016), outra obra-prima da empresa, em outra minissérie icônica "Os Dias Eram Assim" (2017), mais recentemente na excelente série Dom (2021 a 2024), onde ele está estarrecedor, saindo da zona de conforto de fazer mocinhos, e interpretando um dos mais memoráveis bandidos do Brasil (também comentado neste blog), e, por fim, agora nessa obra primorosa chamada Senna, onde ele incorpora o nosso ídolo Ayrton.

Apesar de eu ter sido próximo de alguns familiares do mesmo, mais especificamente uma prima sua, nunca tive o privilégio de conhecer Senna pessoalmente. Mas, via-o semanalmente na televisão nas corridas, nas entrevistas pré e pós, e nas demais aparições que fazia pela TV brasileira. Em certos momentos, a atuação de Gabriel é tão incrível que o desassociei do Senna, vendo a mesma pessoa.

Destaque também para os pais de Ayrton na série, Susana Ribeiro como a mãe de Senna; e o excelente Marco Ricca, como o pai de Senna; Matt Mella, ator francês que ficou estarrecedoramente idêntico ao piloto Alain Prost, o rival histórico de Senna; e a atriz, também gaúcha, Pâmela Tomé, que ficou igualmente idêntica a Xuxa Meneghel da época. Eu esqueci que eram atores, e revi cenas da época.

Só mais um link com o mundo automobilístico: tenho um irmão (por parte de pai) chamado Nicholas Andreas, em homenagem ao Niki Lauda, que se chamava por extenso Andreas Nikolaus Lauda.

Enfim, que prazer e orgulho poder assistir um produto brasileiro e de tão alta qualidade. Recomendo VIVAMENTE que assistam a série! Ah! E, depois de assistirem, assistam também ao episódio de "Making of", que mostra como a série foi feita. Dá mais orgulho ainda! E podia até ser um pouco mais longo... 

PS: segundo a Netflix mundial, na primeira semana 3 milhões de pessoas assistiram a série no mundo todo.

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