O artigo aborda o fenômeno comum da reclamação crônica, que se tornou uma forma rotineira de interação social no século XXI.
Embora a reclamação ocasional seja considerada uma parte normal da experiência humana e até uma válvula de escape, o texto destaca que o hábito de se queixar de forma sistemática e repetitiva tem um impacto negativo significativo na saúde emocional, mental e física, tanto de quem reclama quanto de quem escuta.
A exaustão emocional ocorre quando esse humor negativo se torna parte da rotina diária.
Especialistas sugerem que a reclamação serve como um mecanismo de enfrentamento para liberar a tensão e buscar validação social, sendo até uma estratégia adaptativa.
No entanto, o problema surge quando ela se torna crônica e se estende a diversos contextos, uma situação que é agravada pelo uso das redes sociais. Nessas plataformas, a reclamação é frequentemente utilizada por influenciadores como uma tática para atrair seguidores e gerar engajamento, perpetuando o ciclo negativo.
A neurociência explica que o cérebro humano tem um viés de negatividade, um mecanismo evolutivo que o faz focar em problemas e ameaças para garantir a sobrevivência. No entanto, a fixação contínua no que é ruim pode se tornar contraproducente no mundo moderno.
Estudos indicam que o ato de reclamar de forma crônica pode causar alterações estruturais no cérebro, prejudicando a capacidade de resolução de problemas, a tomada de decisões e as funções cognitivas, o que pode levar a ainda mais frustração. Além disso, as queixas diárias estão correlacionadas com sintomas de ansiedade, depressão, pessimismo e baixa resiliência.
Para combater esse hábito, o artigo sugere várias estratégias. Entre elas, estão a prática da gratidão, o foco na busca de soluções para os problemas em vez de apenas reclamar, a atenção à própria linguagem para torná-la mais positiva e a definição de limites com outras pessoas que tendem a focar no negativo. O texto conclui que ter consciência do hábito de reclamar incessantemente e buscar mudá-lo é essencial para o crescimento pessoal e a melhoria da qualidade de vida.
Autora: María García Rubio é professora da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidad Internacional de Valência (Espanha), codiretora da Cátedra VIU-NED de Neurociência Global e Mudança Social e membro do Grupo de Pesquisa em Psicologia e Qualidade de Vida (PsiCal).
Leia o artigo inteiro no site The Conversation: https://theconversation.com/psicologia-da-reclamacao-o-custo-mental-emocional-e-ate-fisico-de-reclamar-de-tudo-sempre-244003
